O método Waldorf de ensino é
compreendido como uma abordagem pedagógica alternativa ao método tradicional, por
visar o desenvolvimento integral do estudante. Foi desenvolvido por Rudolf
Steiner (1861 – 1925), em 1919, a partir de uma formação humana/palestra para
trabalhadores da fábrica Waldorf de cigarros, em Stuttgart – Alemanha,
tornando-se, com o tempo, um método de ensino (linha epistêmica antroposófica e
holística), com procedimentos educativos próprios.
As
escolas Waldorf seguem a legislação educacional de cada país que estão
inseridas, e, no caso do Brasil, o currículo do Ministério da Educação (MEC),
integrando elementos substanciais do método Waldorf - Arte, cultura, trabalho
com a natureza e movimento humano, como vértices identitários do ensino
escolar, sendo desenvolvidos de modo individualizado, em correspondência ao
estágio de aprendizagem de cada estudante.
Há equilíbrio
entre o “sentir” artístico e práticas educativas em meio à natureza, com o
“pensar” de ordem prática e abstrata de modo paulatino, em cada etapa de
formação dos setênios (sete em sete anos), sendo: 0 – 7 anos (desenvolvimento
emocional), 7 – 14 anos (escolarização), 14 em diante, ensino aprofundado.
Processo formativo do estudante que exige contínua capacitação das equipes
gestora e docente para aplicação das técnicas e práticas condizentes com a
abordagem pedagógica Waldorf.
Sob o olhar da
criticidade, apresenta o desafio de integração do currículo nacional com
elementos identitários do método Waldorf (Arte – cultura, espiritualidade e
natureza); carrega a crítica da prevalência da formação holística em detrimento
da formação científica e tecnológica, resultando em avaliações subjetivas, ao
ponto de desvantajar o egresso para a inserção profissional e preparação de provas
de lógica concorrencial como concursos. Além de não contar com análises de
desempenho escolar fidedignas, devido à escassez de relatórios imparciais, o
que torna qualquer afirmação de vantagem e desvantagem do método, enquanto
desempenho escolar, inconcluso.
Paradoxalmente, para
além dos desafios e críticas apontados ao método de ensino Waldorf, de acordo
com a Federação das Escolas Waldorf no Brasil, têm aumentado o número de
escolas que aplicam por completo ou parcialmente esse método de ensino, tanto
por entregar o que propõe de projeto educacional, voltado para o
desenvolvimento integral do estudante, como por ser uma alternativa de proposta
pedagógica em um contexto de sociedade imersa na lógica do efêmero, imediato e supérfluo,
que não preserva tempo para o autoconhecimento e autocuidado.
Entre
vantagens e desvantagens, o método Waldorf, inegavelmente, oportuniza
desenvolvimento emocional aos seus estudantes, pelo quanto os procedimentos
educativos são individualizados, artesanais, conectados à natureza, voltados
para a ética do cuidado pessoal e coletivo, favorecendo maior autonomia do
estudante em seu processo de aprendizagem progressiva. Integração da lógica “terapêutica”
do método de ensino Waldorf na educação pública é possível e é para hoje!
Por Rodrigo Tarcha Amaral de Souza, licenciado
em Filosofia, História e Pedagogia, Mestre e Doutor em Educação, Diretor da
Escola Municipal Serafim Ferreira – “Sr. Sara”.

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