Como foi a operação
Origem: A Justiça de Pindamonhangaba expediu 32 mandados de prisão temporária e mais de 50 mandados de busca e apreensão (51, segundo a corporação).
Deflagração: As equipes partiram ainda de madrugada, com apoio aéreo do helicóptero “Pelicano” da Polícia Civil de São Paulo para cobertura e segurança durante as entradas.
Cidades-alvo: Taubaté, Ubatuba, Ilhabela, São José dos Campos, Jacareí, Guaratinguetá e Lorena. Houve também prisão relacionada em Praia Grande (Baixada Santista).
Foco em Pindamonhangaba
Alguns investigados são apontados como responsáveis por tráfico de drogas e armas no Residencial Bem Viver, na região do bairro Araretama, em Pindamonhangaba.
A Polícia Civil, com trabalho de inteligência e dados recolhidos em operações anteriores, investiga a quadrilha desde o ano passado. As apurações indicam que os criminosos lucravam com a venda de drogas e armamentos e ameaçava moradores que tentavam denunciar o esquema.
Balanço de prisões
25 presos no total vinculados aos mandados desta fase.
12 já haviam sido capturados em operações anteriores.
13 foram presos na manhã de hoje, sendo 9 em Pindamonhangaba, 3 em São José dos Campos e 1 em Ubatuba.
1 suspeito foi localizado em Praia Grande, na Baixada Santista.
7 seguem foragidos, e as diligências continuam para localizá-los.
Com 32 prisões temporárias decretadas e 25 capturas efetivadas, restam 7 mandados a cumprir.
Na ação desta manhã, a polícia também prendeu funcionários de uma empresa de segurança que, segundo as investigações, prestariam suporte logístico à organização criminosa.
Próximos passos
Perícia de celulares, mídias e documentos apreendidos para ampliar o mapeamento de vínculos, rotas e fluxo financeiro.
Oitivas dos presos e análise de eventuais novos elementos que possam desencadear novas fases.
Serviço e canais de denúncia
Informações que ajudem a localizar foragidos podem ser encaminhadas de forma anônima pelo Disque Denúncia 181 ou diretamente às unidades da Polícia Civil na região.
Operação Hydra
A operação policial recebeu o nome “Hydra” em referência à Hidra de Lerna, criatura da mitologia grega descrita como uma serpente/dragão aquático com múltiplas cabeças. No mito, quando uma cabeça era cortada, duas nasciam no lugar. Ou seja: atacar um ponto isolado não resolvia o problema—ele se multiplicava.
Na narrativa clássica, Herácles (Hércules) vence a Hidra com estratégia, não só força: enquanto ele cortava as cabeças, o aliado Íolau cauterizava os pescoços para impedir que novas surgissem. A cabeça imortal foi então separada e sepultada sob uma rocha. A Hidra também era associada a veneno — seu hálito e sangue eram letais.
Aplicado ao contexto policial, “Hydra” simboliza o caráter ramificado e resiliente do crime organizado: células que se recompõem, funções distribuídas (tráfico, armas, lavagem), e redes que seguem ativas mesmo após prisões pontuais. Por isso, operações com esse codinome costumam envolver ações simultâneas, cumprimento coordenado de mandados e cauterização dos “pescoços” — isto é, atacar fontes de financiamento, logística e comunicação do grupo, para evitar o “efeito regeneração”.

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