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quarta-feira, 22 de outubro de 2025

Estudante monitor no ambiente escolar: otimização da aprendizagem coletiva



             Vive-se na atualidade sob a onipresença da influência de formadores de opinião, para todos os tipos de assuntos, mesmo sem fundamentos científicos. É nesse contexto que a educação escolar está inserida, como um estandarte, que clama a defesa de uma verdade, a de que ainda vale a pena compreender a escola como espaço de aprendizagem, em meio a tantos outros. Escola que não mais ocupa o papel de transmitir conhecimento, mas de facilitar o entendimento do complexo conhecimento difundido na sociedade.

            Em nações com pífio investimento em educação, cuja pouca escolaridade, normalmente resulta em baixa remuneração, naturaliza-se um modelo de escola que reproduz um currículo de estudos e práticas didáticas tradicionais que mantem o status quo socioeducacional – obtenção de diploma para exercício profissional imediato, desprovido de capacidade crítica, reflexiva, argumentativa, e habilidades diversas para resolução de problemas. Recuperar a instituição escolar como espaço do saber livre e desinteressado, crítico e reflexivo, exige revisão do papel da escola e replanejamento da aplicabilidade curricular no território escolar, com olhar voltado não somente para a escolarização, mas, principalmente, para o desenvolvimento humano, de modo sustentável em suas diversas faces – social, ambiental, cultural e educacional.

            Por meio de uma gestão democrática, de modo inequívoco, poder-se-á garantir ampla participação da coletividade escolar nos atos consultivos e decisórios de acompanhamento da escolarização dos estudantes. Enquanto prática efetiva de ensino e aprendizagem, em sala de aula, destaque para a monitoria do estudante. Consiste no ato do estudante com proficiência em determinado conteúdo ou disciplina, ajudar os colegas da turma, ou de maneira individualizada. Teve seu início na idade média, percorreu a modernidade, e chegou aos nossos dias, recebendo pouca variação em sua formulação inicial de ajudar os colegas, com conteúdo determinado pelo professor.

            Ser estudante monitor é desenvolver a capacidade de tornar claro e completo para si o que já entendeu, ao ponto de conseguir replicar o conteúdo para os colegas, de modo criativo. Nesse sentido, a monitoria oportuniza ao monitor e monitorado maior autonomia no processo de aprendizagem, podendo surgir novas práticas didáticas, entendendo que o fio condutor da aprendizagem é a forma que se entende o que se é ensinado. No entanto, a monitoria não está isenta de desafios, que começam pela escola oportunizar condições do exercício da monitoria, passando pelo cultivo da vontade do candidato à monitor em querer realizar a experiência de co-ensinar em sala de aula, em contínuo acompanhamento docente.

            Em suma, entende-se que a monitoria é uma ferramenta complementar ao trabalho do professor, tornando possível alcançar o objetivo da aprendizagem técnica e significativa ao coletivo de estudantes. À escola, caberá regulamentar o programa de monitoria; ao professor, cativar e acompanhar o monitor; ao monitor se permitir aprender mais e colaborar com os colegas; e aos demais estudantes, respeitar e aproveitar a oportunidade de aprender o esperado por meio dos próprios pares da turma. Monitoria escolar como prática pedagógica é possível e é para hoje!

             Por Rodrigo Tarcha Amaral de Souza, licenciado em Filosofia, História e Pedagogia, Mestre e Doutor em Educação, Diretor da Escola Municipal Serafim Ferreira – “Sr. Sara”.

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