Há cerca de um mês esta
coluna noticiou que um movimento deseja a volta do Clube Literário, sem dúvida
um clube que marcou era por longos anos. Naquele texto foi dito que a FUNVIC
nada cumpriu com “seriedade” e que reviver o Literário ia trazer muita alegria
para nossa cidade.
Quanto à seriedade do
cumprimento, como foi vista na resposta da FUNVIC, realmente vimos que a
Fundação fez o possível, mesmo porque o Clube não tem uma pessoa que assine por
ele ou que autorize um determinado pagamento.
Sabemos que a FUNVIC tem
mantido atendimento a pessoas carentes e manteve a estrutura, outrora
totalmente abandonada, assim como que ninguém investiria no Clube nestes 10
anos. Não adianta falar que está ruim. Sem a FUNVIC estaria melhor? Aliás,
vamos lembrar que o prédio estava emprestado - sem qualquer pagamento ou
investimento - pela própria Prefeitura, que não só nada pagava como não cuidava
nem da limpeza do local. Quem visitou o salão na época sabe a poeira que era.
Mas o principal não é
isso. É saber a razão pela qual o Clube fechou, e a resposta é simples, foi
pela debandada dos sócios contribuintes e excesso de sócios não pagantes. As
pessoas deixaram de morar no centro da cidade, foram para os prédios e
condomínios, passaram a ter piscina em casa. A Internet chegou e agora os
encontros não se dão mais em bailes, mas no Facebook.
O Clube Literário ficou
tão sem renda que teve que vender o terreno ao lado e ainda assim não conseguiu
arcar com os direitos trabalhistas dos empregados, que foram ingressando na
justiça. Impostos também eram deixados de lado, pois não havia dinheiro para
pagar.
Recuperar uma agremiação
depende mais de saudosismo e vontade, depende de viabilidade econômica. Precisa
de sócios que paguem. Não se trata de começar um clube “do zero”, mas de
assumir uma gama de responsabilidades de muitos anos que o Clube não teve
sequer um presidente ou um representante.
Em todo o interior do
Brasil clubes tradicionais fecham suas portas pelo mesmo motivo do Literário,
falta de Sócios Pagantes. Estamos em outra época, contratamos muito mais
serviços como celular e internet e, logicamente, gastamos com eles. Abriremos
mão de um tablet para pagar mensalidade de um clube? Mesmo já havendo na cidade
o Village, a Ferroviária e o Piracuama?
Sabemos que muito do que mantém o Clube Village Paineiras vem dos
moradores do condomínio e sua excelente academia.
De onde virá o dinheiro
mensal para os funcionários e para a manutenção do Literário? Ou será que em
pouco tempo termos novamente uma situação insustentável de débitos. Na página
do Facebook muitos querem ser novos sócios (pois todos já estão legalmente
desligados), mas poucos perguntam o quanto vai ser pago de mensalidade. Outros
querem ajudar, e dizem que se interessam pela “vaga” para trabalhar no novo
Clube. O acordo com a FUNVIC, que aliás, foi a pedido desta registrado em
cartório, fala em pagamento de mensalidade, quem vai pagar? E quanto?
Aos que pretendem formar
uma nova diretoria, cautela e caldo de galinha não fazem mal, como diriam os
nossos avós.
Sócio proprietário do Literário convoca assembleia
O sócio proprietário do
Clube Literário e Recreativo, José Elias Bargis Mathias publicou no jornal
oficial da cidade, nesta terça-feira (02), um edital de convocação para uma
Assembleia Geral Extraordinária. Podem participar os associados da categoria
proprietários ou seus representantes, interessados em se associar, maiores de
18 anos em condições de votar.
A Assembleia será
realizada no dia 19 de fevereiro, às 19 horas, no centro comunitário do Vila
Rica.