Na sessão da Câmara Municipal desta segunda-feira, 2 de setembro, o vereador Norberto Moraes votou contra o Projeto de Lei nº 290/2025, que autorizava o município de Pindamonhangaba a contrair mais R$ 29,9 milhões em empréstimos junto à Desenvolve SP.
A decisão do vereador foi pautada em um ponto central: o
município já possui R$ 55 milhões em empréstimos aprovados, sendo R$ 20 milhões
do Projeto de Lei nº 273/2025 e R$ 35 milhões da Lei Ordinária nº 6.726/2023,
aprovada ainda em 2023. Nenhum desses recursos, até agora, foi efetivamente
utilizado. Com a nova proposta, o crédito disponível passaria a somar R$ 84,9
milhões.
Segundo Norberto, a questão que deve ser feita é clara:
“Se o valor já aprovado sequer foi usado, por que aprovar
novas dívidas?”
Outro ponto que gerou críticas foi a celeridade do processo.
O projeto chegou à Câmara no mesmo dia da votação — em menos de três horas já
estava na pauta, sem tempo adequado para análise detalhada.
Além disso, o vereador ressaltou graves falhas de
transparência no encaminhamento da proposta. O projeto não apresentava qualquer
documento oficial da instituição financeira que comprovasse a existência de
tratativas entre o município e a Desenvolve SP. Também não havia demonstração
clara da capacidade de pagamento do município, nem detalhamento sobre onde e de
que forma os recursos seriam aplicados em Pindamonhangaba. As informações
enviadas eram superficiais e genéricas, insuficientes para justificar a real
necessidade de contrair um novo empréstimo dessa magnitude.
Norberto também questionou a ausência de um estudo técnico
detalhado sobre a real capacidade de pagamento do município. Embora exista uma
estimativa de impacto orçamentário, é de conhecimento público que a arrecadação
municipal está abaixo do previsto na Lei Orçamentária Anual, o que fragiliza
ainda mais a viabilidade do financiamento.
Outro ponto de preocupação levantado foi a forma de garantia
do empréstimo. O projeto autoriza o bloqueio automático de receitas essenciais,
como Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e Imposto sobre Circulação de
Mercadorias e Serviços (ICMS). Para o vereador, isso coloca em risco áreas
fundamentais como saúde, educação e infraestrutura, uma vez que essas receitas
sustentam diretamente a folha de pagamento e os serviços básicos da população.
Norberto Moraes reafirmou que seu voto foi um posicionamento
de responsabilidade fiscal e compromisso com a população de Pindamonhangaba.
“Não podemos aprovar dívidas milionárias sem clareza, sem transparência e sem
garantias de que o município terá condições reais de honrar esses compromissos
sem prejudicar os serviços essenciais”, concluiu.
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