Notícias de pindamonhangaba, WALTER MAGUI NOTÍCIAS, Blog com notícias de pinda e toda região do vale da paraíba.

terça-feira, 8 de julho de 2025

Taxonomia de Bloom: instrumento de planejamento pedagógico escolar



             Desde o início da era industrial a sociedade elabora fórmulas e estratégias para medir e controlar os resultados, como forma de ajustar a produtividade para fins comerciais. No campo da educação não é diferente, embora seja um fenômeno recente, de mensurar os resultados escolares sob a perspectiva cognitiva, o que não revela, porém, dados de ordem socioemocional, como parte integrante do desenvolvimento humano do estudante, sobretudo na educação básica.

            Num contexto de reformulação da educação norte americana, após a segunda guerra mundial, a Associação Norte Americana de Pisicologia formou equipe para criar uma taxonomia de objetivos e processos de aprendizagem, tornando possível uma reestruturação do processo educacional, com melhor mensuração dos objetivos alcançados em cada etapa escolar. Assumido por Benjamin Bloom (1913 – 1999), psicólogo e pedagogo, junto com sua equipe, organizaram uma estrutura de aprendizagem por meio dos domínios cognitivo, emocional e psicomotor, tendo sido revisado em 2001, tornando a Taxonomia de Bloom mais flexível e adaptável à atualidade.

            Em cada um dos domínios os objetivos são alcançados progressivamente, do mais simples ao mais complexo, garantindo entendimento e experiência para a aprendizagem da etapa seguinte. No domínio cognitivo, segue-se a ordem: 1) lembrar, 2) entender, 3) aplicar, 4) analisar, 5) sintetizar e 6) criar; no domínio afetivo: 1) recepção, 2) resposta, 3) avaliação, 4) organização e 5) caracterização; e no domínio psicomotor: 1) percepção, 2) predisposição, 3) resposta guiada, 4) resposta mecânica e 5) resposta completa e clara. Todos esses domínios são desenvolvidos concomitantemente, por parte do estudante, sendo observado pelo professor que realiza o acompanhamento e intervenção orientativa em cada etapa da aprendizagem.   

A Taxonomia de Bloom é compreendida como uma ferramenta pedagógica para elaboração do planejamento escolar, plano de ensino e plano de aula docente, favorecendo reestruturação dos processos educacionais da escola. É, portanto, mais uma forma de mensurar e avaliar o aprendizado dos estudantes em seus níveis de complexidade, nos domínios cognitivo, afetivo e psicomotor.

            Apesar de ser uma ferramenta pedagógica popular, sobretudo na educação superior, não está isenta de críticas, que questionam a sua precisão, aplicabilidade e adequação à realidade de aprendizagem moderna, por ser uma estrutura hierárquica, em que segue a progressividade dos objetivos cognitivos, tornando nula a interconexão neural, que resulta em desenvolvimento cognitivo não sequencial; há também críticas de supervalorização do domínio cognitivo, em detrimento de habilidades socioemocionais, enquanto competências que estão para além do cognitivo, que, ao serem desconsideradas, mantém-se velado a complexidade da aprendizagem, tornando a Taxonomia de difícil aplicação.

            Desatualizada ou não à luz do tempo e invenção de novas abordagens pedagógicas e metodológicas, a Taxonomia de Bloom representa um marco teórico importante na história da educação, por apontar uma forma de mensurar a aprendizagem do estudante, estabelecendo classificação dos objetivos e níveis de aprendizagem, desde a absorção da informação até a criação de novo conhecimento, partindo do mais simples ao mais complexo. Medição da aprendizagem e direcionamento educacional é possível e é para hoje!

            Por Rodrigo Tarcha Amaral de Souza, licenciado em Filosofia, História e Pedagogia, Mestre e Doutor em Educação, Diretor da Escola Municipal Serafim Ferreira – “Sr. Sara”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário