Economista destaca os benefícios
da automatização para a organização financeira das famílias e a inclusão de
pequenos negócios
Desde sua criação em 2020, o Pix
transformou o sistema de pagamentos no Brasil. Hoje, ele já é o meio mais
utilizado no país, superando cartões de crédito e boletos, com 73% de adesão
entre os brasileiros. Agora, uma nova funcionalidade promete ir além: o Pix
Automático.
Segundo o professor e economista
Iago Aguiar, a principal diferença entre o Pix tradicional e o automático está
na programação dos pagamentos. “O Pix automático funciona de forma
parecida com o débito automático, mas com menos burocracia”, explica. A
inovação permitirá que empresas enviem cobranças programadas, previamente
autorizadas pelo cliente, diretamente pelo aplicativo do banco.
Diferente do sistema de débito
automático — que exige que a empresa e o cliente tenham vínculo com a mesma
instituição financeira — o Pix automático será mais flexível. Isso permitirá,
por exemplo, que contas de consumo, mensalidades, assinaturas ou
financiamentos sejam pagos de forma prática e com maior abrangência.
O processo é simples: a empresa
cadastra a cobrança, e o cliente autoriza o débito automático via aplicativo
bancário, definindo um valor máximo para cada cobrança. Não haverá
custos para pessoas físicas, enquanto empresas poderão ter tarifas específicas,
que devem variar conforme cada banco. “Hoje, empresas gastam muito com boletos.
O Pix automático pode reduzir esses custos e tornar os processos mais ágeis”,
afirma o professor.
Além da praticidade, a
ferramenta pode contribuir com a organização financeira dos usuários,
evitando atrasos e, consequentemente, multas e juros. “Essa é uma inovação que melhora
a vida do consumidor e também das empresas, promovendo uma economia mais fluida
e menos burocrática”, reforça Iago.
Entretanto, ele alerta para a
necessidade de atenção com a segurança. “As ferramentas digitais aumentaram o
risco de golpes. É fundamental que os bancos mantenham todas as etapas de
segurança e que os usuários estejam atentos às autorizações que concedem”,
orienta.
Outro ponto importante é a possibilidade
de cancelamento: o cliente poderá revogar a autorização do Pix
automático a qualquer momento, inclusive suspender um pagamento até o dia
anterior à data programada. “Isso é essencial, especialmente em casos de
cobranças indevidas, como uma conta de energia com valor anormal. O consumidor
poderá contestar antes de o pagamento ser efetivado”, explica.
A novidade também deve
impulsionar a inclusão de pequenos negócios na era da automação
financeira. “Essa ferramenta é inovadora porque democratiza o acesso à
automatização de cobranças. Pequenos empreendedores, que antes dependiam de
sistemas mais caros, agora terão uma alternativa viável e acessível”, conclui o
economista.
A ferramenta entrou em
funcionamento na última segunda-feira, dia 16 de junho reforçando a aposta do
Banco Central em tecnologias que tornam o sistema financeiro mais eficiente,
acessível e inclusivo.
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